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entrevista com marcello lessa

Marcello Lessa era daqueles amigos de abraço macio e quentinho, beijo doce e terno, sorriso contagiante, ombro e ouvidos sempre dispostos e olhar acolhedor.  Como profissional, impecável, um grande violonista e intérprete, ouvi-lo era um bálsamo, e compositor talentosíssimo.. 

Trabalhar com Marcello era uma delícia, sempre pontualíssimo e impecável (não errava nunca), sempre muito bem humorado, e com um apetite ímpar, sempre dividíamos nossos pratos. 

Bem, já sem conseguir (nem precisar) continuar, agradeço ao meu doce por ter nos concedido seu tempo, pena que a pandemia não nos deu tempo para terminar.

Obrigada, amor meu.  Meu peito deve ter um pedacinho do Céu, pois estás aqui também..

Por:  Solange Castro

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Solange Castro – Marcello Lessa, queridíssimo amigo, que bom você aqui com a gente…
Vamos conversar: nos conte como a Música entrou na sua vida?  De onde vem tanto talento, tanta doçura no tocar e cantar, e no sorrir, claro.

Marcello Lessa – Solange Castro, é um prazer para mim estar aqui com você.
A música está em mim desde o ventre de minha mãe, que era pianista e sobrinha do Maestro Carioca, pai do maestro Ivan Paulo. Logo, a música sempre esteve no sangue da família.
Aos seis anos, meu pai me colocou pra estudar violão no Conservatório Brasileiro de Música, onde fiquei por 10 anos estudando violão clássico (meu professor queria que fosse concertista).
Um dia escutei o violão de Morais Moreira nos Novos Baianos, e aquela sonoridade mudou meu modo de ver o instrumento e a música. Abriu meus horizontes.

Solange Castro – Sim, quem te escuta consegue perceber que a música corre em suas veias..
Quando você começou a tocar profissionalmente?

Marcello Lessa – Comecei em Dezembro de 1980, num show com Márcio Proença e Denise Dallal, no extinto Teatro Gil Vicente (UFRJ), onde hoje é o prédio da Caixa Econômica Federal na Av. Chill, no Centro. Mas já participava de Festivais de Música desde 1978.

Solange Castro – Como violonista ou já também como compositor?

Marcello Lessa – Como violonista e como compositor.

Solange Castro – Então nos conte suas aventuras pelos festivais – é gostoso, certamente, fazemos grandes amigos por esses percursos.  Quais os melhores que você já participou?

Marcello Lessa —  Comecei pelos Festivais Estudantis, depois Universitários, de diversas cidades, vencendo alguns, tendo boas colocações em outros. Foi uma ótima experiência. A troca de informações e ideias é muito legal. Conhecendo outros compositores. Nilson Chaves, Eudes Fraga (que gravou no meu CD “Par ou Ímpar”, com Paulinho Tapajós), Sérgio Coelho, entre tantos.

Solange Castro – Você acha que essa riqueza musical um dia chega ao nosso Povo?

Marcello – É verdade..

Solange Castro – Vamos falar da sua obra – quando você começou a compor?

Marcello Lessa —  Bem, minhas primeiras composições saíram por volta dos 14/15 anos. Algumas instrumentais, outras com letras, sozinho ou com parceiros, que infelizmente não seguiram na música. Aí começaram as participações em Festivais Estudantis, até que em 1980 um amigo me levou numa quitanda na Tijuca, onde o povo se reunia pra tocar e cantar. Lá conheci Paulo Emilio (com quem comecei a compor mais profissionalmente), Aldir Blanc, Márcio Proença, entre tantos músicos de primeira linha. Alguns ligados ao chôro (Roberto Paciência, Gê do cavaco e outros. Gravei um Compacto Simples com parcerias com Paulo Emilio e em 1985 compusemos o samba-enredo do GRES Acadêmicos do Salgueiro 86. Fizemos muitos shows pelo interior de São Paulo e também no RJ.
Depois da morte de Paulo Emilio me dediquei mais ao choro integrando o Grupo Conversa de Cordas, onde também cantava vez por outra. Gravamos dois CDs com composições minhas, de Chico Mário e Betinho (irmãos do Henfil), Pixinguinha e dos outros integrantes do grupo (Marcos Souza, Paulo Heleno, Queca Vieira e Dom Chacal). Os dois CDs foram considerados “Disco do Mês” por Estadão, O Globo e Jornal do Brasil.
Meu primeiro CD solo, “Vento Bandoleiro”, lançado em 2000, tinha parcerias com Paulo Emilio, Eri Galvão, Fabiano Hollanda, músicas de Simone Guimarães, que canta comigo “Pombagira”, Jota Maranhão e Paulo César Feital, Moacyr Luz e Aldir Blanc,  Klécius Albuquerque e João Bá. Teve ótima aceitação da crítica.
Produzi os CDs de Claudinha Telles, Sônia Delfino e Andréa Montezuma, e por 10 anos coloquei meu violão a serviço de Maria Creuza.
Comecei uma parceria muito legal com Paulinho Tapajós. Essa parceria nos rendeu dois CDs, “Viola, Violão” e “Par ou Ímpar”, onde gravamos nossas canções (vários ritmos) e regravamos alguns sucessos de Paulinho, como “Andança”, “Sapato Velho”, “Aguapé” e “Cabelo de Milho”. Fiz também a produção e arranjos do último CD gravado por ele, “Preparando a canção”, com participação de Beth Carvalho e Danilo Caimmy.

Solange Castro – Nossa!, só Fera!!!
E agora, o que andas fazendo, fora esse isolamento compulsivo por causa da pandemia, claro.

Marcello Lessa – …

Adeus, Marcellinho…
Obrigada, amor meu.

2020/21